quinta-feira, 12 de junho de 2008

o gosto que tem o [a]deus





um cômodo escuro. sapatos velhos pelo chão. um tapete de cores sujas. uma cama mal-feita, uma cama esquecida. uma janela que outrora trazia esperanças. a porta está entreaberta. um relógio no criado. "ela voltará! ela voltará!" pensamentos que acompanham o compasso entediante do tic-tac. frustrante. o tempo passa, ele está lá. lá está ele, no cômodo escuro. uma vida vazia. uma alma perdida.
ele chora mansinho, tem vergonha das lágrimas. esconde sua cabeça entre as pernas. passa a mão pelo cabelo, sente falta. ele agora sofre, se culpa, se acusa, se ofende, maltratado pela ausência dela.

Um comentário:

Lua Durand disse...

saudade, salgada.
dói.

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