domingo, 26 de agosto de 2012


Quando penso que não me pego pensando como mudei, e noto a facilidade com que mudamos apesar do trabalho árduo que é conseguir se adaptar às mudanças constantes da vida, às vezes até imperceptíveis, mas que quando analisadas com clareza podem se tornar uma das causas mais óbvias de nossas fraquezas, medos e imperfeições. 
A gente muda o corte de cabelo, muda de rua, de bairro, de cidade, a gente muda a forma com que atendemos o celular, muda os móveis do quarto de lugar.
Muda o percurso até a faculdade, muda de médico, muda o lado de dormir da cama, muda de batom, muda os colegas, transforma as saidinhas, aliás, começa a evitar as saidinhas.
Muda a maneira com que vê o céu, o mar, os idosos, as crianças e todas as formas de vida, enjoa das barrinhas de cereal, do café com leite, do café morno, dos sentimos mornos. E num dia qualquer reparamos quantas coisas deixamos para atrás, quantas das nossas atitudes deixaram de ser nossas. Num dia qualquer começamos a perceber a fragilidade do nosso temperamento, da nossa personalidade. Quantas eu já fui? Quantas eu deixei de ser? Quantas vezes eu morri e nasci dentro de mim? Às vezes um trauma de infância, às vezes um namorado sacana, alguns namorados sacanas a depender do caso, às vezes uma viagem, um filme, um livro, às vezes até os próprios anos e as suas várias formas de maturidade. Tudo nos faz mudar.
Aos poucos começamos a sentir uma necessidade imensa de pensar sobre quem fomos, quem somos e quem um dia queremos ou poderemos ou, simplesmente, nos permitiremos ser. A vida é um mistério lindo!

3 comentários:

Fique mais um segundo... disse...

Oi, Lexxy, bom dia!!
Realmente, você é uma grande escritora. Reli o texto algumas vezes. Tão devagar quanto pude, provando cada uma de suas lindas maravilhosas. Pelo prazer de ler algo tão lindo e também em busca de detalhes. Nos detalhes das linhas vai a vida de quem escreve.. No detalhe das entrelinhas, vai a alma... Há momentos da vida em que a vida convence a alma a se satisfazer com o chão, com o palpável, com o sensorial... E, para convencê-la do impossível, troca, e troca, e troca de argumentos... Mas... Ah, existe um momento em que a alma começa a insatisfação definitiva com apenas trocar o que é igual – e quer trocar o que seja realmente diferente... É nesse momento que a gente, sem saber o que se passa lá dentro, começa a querer voos, a querer o que é permanente, no lugar do que é efêmero, a querer o que é lindo no lugar do que é bonito, a querer o que é sensível no lugar do que é sensorial... A vida é um mistério lindo, e a liberdade da alma o torna ainda mais lindo. Indescritível...
Um abraço carinhoso
Doces sonhos
Lello

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